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quarta-feira, abril 11, 2007

Noites mal dormidas

Tal como tinha falado tinha que escrever sobre o sono. Ou seja, a falta de sono dela e o excesso de sono meu, ambos intrinsecamente ligados.
Eu em bebé fui sempre terrível para dormir. Os meus pais passaram imenso e lembram-se disso amiúde. O meu irmão nasceu pela insistência do meu pai, porque a minha mãe já estava mesmo escaldada. Mas ele foi óptimo e calminho.
Quando nasceu a minha primeira filha eu achava que nem merecia uma filha que dormisse tão bem e fosse tão sossegadinha. Só era (e ainda é) muito difícil para comer, mas isso leva-se uns dias melhor que outros, mas no enquadramento não era muito complicado.
Fiquei logo desejosa de mandar vir um mano, mas a conjuntura não o permitiu. Mestrados e saúde trocaram-me as voltas. Mas 4 anos depois lá estava mais um positivo. Vinha aí o tão desejado mano.
A minha filhota nasceu de uma gravidez agitada. Coincidiu o fim do MBA com a mudança de casa e 3 semana antes do esperado lá nasceu a pimpolha.
Nos primeiros dias parecia sossegada, mas depois revelou-se. E desde aí as noites têm sido uma loucura.
Andei fases de desespero em que não dormia sequer meia hora de seguida e me levantava mais de 20 vezes por noite. Ou porque estava frio, ou porque estava calor, ou porque queria ver bonecos na televisão, ou porque estava constipada, ou sei lá... um sem número de possibilidades todas elas cansativas. Confesso, fui cendendo. A minha filha é uma sedutora nata. Ela foi percebendo o seu poder e aproveitou-se. Estou convencida que faz as cenas que faz não por ter alguma necessidade por satisfazer, mas por birra e algum excesso de mimo.
Por vezes achava que se a pusesse na minha cama os problemas se resolviam. Vinham outros. Ficava mais ansiosa e desconfortável. Quando queria ver bonecos, íamos as 2 para a sala procurando não acordar mais ninguém, mas foi pior. Tornou-se um hábito e passávamos 3 ou 4 horas acordadas durante a noite.
Até aos 2 anos e tal queria comer de noite e eu dava-lhe o biberon, mas depois ficava acordada imensas horas.
A verdade é que a rapariga saiu mesmo à mãezinha dela.
Quando ela tinha 19 meses fui com ela à pediatra para a consulta do ano e meio e quando a médica olhou para mim disse que eu não tinha cara de gente.
Expliquei-lhe o que se passava e ela receitou uma gotinhas naturais chamadas Sonomil para ver se ela começava a dormir bem e adquiria bons hábitos de sono.
Começámos a dar-lhe o medicamento e mudámo-la finalmente para o quarto dela e para uma cama de solteiro. Nas primeiras semanas foi um paraíso, mas depois ela habituou-se e voltou tudo ao mesmo.
Agora andamos finalmente em tratamento de choque. Decidimos que isto tinha de ter um fim. Ela tem de dormir bem, por nós, mas principalmente por ela e pelo futuro dela. Assim nunca se irá conseguir concentrar decentemente quando disso precisar e a ansiadade vai tomar conta dela.
Nas primeiras noites ela percebeu e colaborou. Deixou de vir para a nossa cama e de noite só íamos ter com ela se fosse para fazer xixi. De resto ela ficava na cama dela sem dramas.
Agora já não consegue. A partir da 1 da manhã ninguém sossega lá em casa (excepto a mais velha que dificilmente acorda e ainda bem).
Têm sido umas noites horríveis. Não a deixamos sair da cama, mas ela chama constantemente por nós. Falamos com ela e vamos lá algumas das vezes, mas ela não acalma. Eventualmente há-de acabar por perceber que nós não vamos voltar atrás, mas tem sido mesmo complicado. E a paciência e ansiedade de todos está muito esticadinha.
Não a deixamos nunca sozinha ou desampadara. Conversamos sempre com ela. Explicamos tudo. Damos carinho, mas agora não podemos abdicar da firmeza. Damos também recompensas ao fim de uma semana em que tudo corre bem, mas quando corre mal não tem mesmo o tal livro ou brinquedo que gostava de ter.
Ela é muito esperta e está a tentar ver até onde consegue ir, mas agora tem de ser.
Sei que eu também permiti que isto acontecesse. É uma espiral. O excesso de cansaço leva a que tudo o que interessa seja dormir mais um bocadinho, esquecendo as regras e a disciplina necessárias. Atropelamos tudo aquilo que dissemos que nunca iríamos fazer, por mais uns minutos de sono. O facto de ela também ter tido inúmeros problemas de saúde serviu para agravar a situação.
É humano eu sei e não me condeno, simplesmente compreendo o que fiz e sei porquê, mas para o bem de todos temos que quebrar este espiral em que caímos.
Eu e as minhas filha temos uma enorme ligação, que a médica diz que deve ser um pouco relaxada. Adoro-as como as mães adoram os filhos, mas a mais velha é muito pouco ansiosa e já mais autónoma, a mais nova é demais. Por tudo o que quebre a rotina ela fica um pouco desorientada e é comigo que encontra sempre de novo o porto de abrigo.
Quem está bom ela de dia não diz o que é de noite. É muito faladora, alegre, meiga e brincalhona. Ri muito e canta ainda mais. Quer muita atenção e é mandona, mas é muito inteligente.
Educar é mesmo uma tarefa lixada. Agora é que eu vejo o que os meus pais passaram e cada vez os percebo mais.

1 comentário:

G_ticopei disse...

Pois as noites são tramadas. A minha filha sempre foi m anjinhao a dormir, por isso, quando ela tinha 15 meses resolvi engravidar de novo pois a experiência estava a ser do melhor. Quando nasceu o meu filho, tudo continuou bem, outro anjinho. Curiosamente nestas ultimas semanas a pequenina também á custa de uma tossa teimosa tem pedido imenso para vir para a nossa cama, com um discurso que quebra qualquer coração mais empedrenido:
-"Mamã, quero ir para a caminha grande que tou cheia de saudades vossas e tenho muita tosse"
Enfim, vamos esperar que a tosse passe e ela volte a dormir a noite toda na caminha dela, porque quando dorme connosco, teima em se chegar sempre toda para o meu lado...